HISTÓRIA
Os primeiros passos para a conservação dos ecossistemas da região de Itaúnas, no Município de Conceição da Barra, foram dados por iniciativa do cientista Augusto Ruschi, que na década de 40, baseando-se no Mapa Cartográfico do Espírito Santo e em seu conhecimento sobre a cobertura florestal do Estado, propõe, em uma das primeiras reuniões do primeiro Conselho Florestal, em abril de 1948, a criação de sete Reservas Florestais sobre as áreas de terras devolutas (RUSCHI, 1949). Dentre estas, figurava a então Reserva Florestal de Riacho Doce, com cerca de 10.000 ha, conforme descreve o Decreto n o 55, de 21/09/48.
Apesar dessa importante iniciativa de tentar resguardar amostras dos diferentes ecossistemas do Estado, frente à pressão crescente da exploração madeireira em curso, muitas delas não resistiram, restando somente quatro das sete inicialmente criadas, devido à avalanche de requerimentos de terras em andamento nessas áreas e tramitação rápida dos mesmos (RUSCHI, 1949). A exemplo dessa situação, a Reserva Florestal do Riacho Doce não suportou a pressão da colonização local, sendo quase totalmente destruída, restando atualmente poucos remanescentes florestais em seus limites originariamente propostos.
À essa tentativa de se proteger a região, veio se somar, bem mais tarde, já na década de 80, outra ação importante, o tombamento das “Dunas de Itaúnas” como bem natural, preservando as formações arenosas e seus terrenos adjacentes.
Em 1991, um grupo empresarial iniciou a abertura de uma estrada paralela à praia de Itaúnas, na faixa de restinga, com a intenção de construir um hotel e um loteamento naquela região, o que detonou um processo do governo estadual para impedir o avanço da destruição da vegetação de preservação permanente.
Esse fato, que teve repercussão negativa na opinião pública local e junto aos ambientalistas do Estado, serviu de justificativa para o governo estadual propor a criação do Parque Estadual de Itaúnas. Além disso, as praias da região são importantes sítios de reprodução de tartarugas marinhas, o que foi mais um grande argumento para criação do Parque Estadual de Itaúnas. Nesse sentido, o projeto TAMAR – IBAMA, que já havia iniciado suas atividades de proteção destes animais, prestou enorme apoio à criação da unidade de conservação.
Em 1992, o Parque Estadual de Itaúnas foi declarado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, integrando a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
ORIGEM DO NOME
O Parque Estadual de Itaúnas assim é denominado em razão do nome do rio Itaúnas. O termo Itaúnas é composto por duas palavras indigenas: itá (substantivo feminino de origem tupi-guarani que significa 'pedra', 'metal' etc.) e una (adjetivo de origem tupi-guarani - preta).
Também na região denominada Itaúnas, existem formações rochosas no mar, arenitos em processo inicial de litificação. São de idade quaternária e recebem nome genérico de 'beach-rocks', de cor preta, que são visíveis durante as marés baixas. A impressão de quem está na praia é de que são muito mais escuras que a realidade. Supõe-se terem os índios denominado esta região de Itaúnas em função destas formações.