Natureza

Fauna, Flora, Hidrografia e Relevo
Tabuleiros Costeiros
Os Tabuleiros Costeiros são assim chamados devido à elevação de seus terrenos em regiões próximas ao litoral, caracterizados por um relevo que varia de plano a suavemente ondulado e levemente inclinado em direção ao mar. Com altitudes que oscilam entre 20 metros, nas áreas mais baixas junto à Planície Costeira, e 60 metros, nas partes mais elevadas, esses tabuleiros se estendem no norte do Espírito Santo desde Linhares até a divisa com a Bahia. Embora sejam pouco comuns no interior do Parque Estadual de Itaúnas (PEI), representam uma das feições geomorfológicas mais significativas no entorno do parque, onde predominam cultivos de eucalipto e pequenas propriedades rurais.
Planície Costeira
Ocupa uma grande área no norte do Espírito Santo, estendendo-se desde o sul do Rio Doce até a região de Itaúnas, na divisa com a Bahia, sendo representada por estuários e praias próximas à linha costeira. Na região de Itaúnas, abrange o Parque de Itaúnas e seu entorno, dividido em três unidades geomorfológicas distintas: Terraços Marinhos, Planície Fluvial e Planície Flúvio-Marinha. Os Terraços Marinhos incluem as praias que vão do Parque de Itaúnas até Conceição da Barra, enquanto a Planície Fluvial ocupa os vales dos pequenos cursos d’água e do rio Itaúnas, exceto nas proximidades de sua foz, onde cede espaço à Planície Flúvio-Marinha, que se distribui em uma estreita faixa ao longo do baixo curso do rio, próximo às suas fozes artificial e natural.
Restinga
A restinga é uma formação vegetal típica de planícies costeiras com solos arenosos, apresentando diferentes fisionomias de acordo com o porte da vegetação e a presença de água no solo. Pode ser herbácea, com gramíneas e plantas de pequeno porte; arbustiva, com predominância de arbustos e pequenas árvores; ou arbórea, conhecida como floresta de restinga, caracterizada por vegetação de maior porte e dossel fechado. Essas formações ocorrem em solos secos ou inundáveis pelas águas de córregos, rios ou do afloramento do lençol freático, sendo predominantes na maior parte da área do Parque Estadual de Itaúnas (PEI) e ao longo de suas trilhas, como as do Tamandaré, do Pescador, do Buraco do Bicho, da Borboleta e da Alméscar.
Manguezal
O manguezal é um ecossistema costeiro único, que funciona como uma zona de transição entre os ambientes terrestre e marinho, diretamente influenciado pelas marés e caracterizado por sua capacidade de adaptação a condições extremas de salinidade e baixa oxigenação do solo. Esse habitat de alta produtividade biológica é fundamental para a manutenção de inúmeras espécies, servindo como berçário para peixes, crustáceos e moluscos, além de abrigar aves e outros animais que dependem desse ambiente para sua sobrevivência. No Parque Estadual de Itaúnas (PEI), o manguezal está restrito à porção sul, próximo aos ambientes estuarinos do rio Itaúnas, onde cumpre um papel essencial na preservação da biodiversidade, no controle da erosão costeira e no equilíbrio dos ecossistemas locais, contribuindo também para a manutenção dos serviços ambientais que beneficiam as comunidades humanas ao redor.
Floresta de Tabuleiro
A formação florestal ombrófila densa, desenvolvida sobre tabuleiros costeiros, é uma floresta exuberante e estruturalmente bem desenvolvida, que no norte do Espírito Santo ocorre em altitudes entre 20 e 60 metros. Rica e diversificada em flora, abriga árvores emergentes que podem ultrapassar 40 metros de altura, formando um ecossistema de grande relevância ecológica. No Parque Estadual de Itaúnas (PEI), essa vegetação pode ser encontrada na Mata do Vigia e nas florestas localizadas ao longo das estradas que conectam a Vila de Itaúnas ao Assentamento Paulo Vinha e ao Riacho Doce, contribuindo para a preservação da biodiversidade e do equilíbrio ambiental na região.
Rio Itaúnas
Passando por oito municípios do estado do Espírito Santo, o rio Itaúnas apresenta bacia hidrográfica com área de 4.800 km². O rio geralmente apresenta disponibilidade hídrica suficiente para abastecer pequenas comunidades localizadas nas suas proximidades, além de ajudar na manutenção da fauna e da flora local. Nos últimos anos o rio Itaúnas tem sofrido uma diminuição no seu volume devido a períodos de seca mais intensos.
Rio Angelim
O Rio Angelim é um dos principais afluentes do rio Itaúnas na área do Parque. Ele drena uma extensa área na porção sul da Zona de Amortecimento do Parque, passando pelas comunidades Quilombolas de Angelim II e Angelim.
Córrego Velha Antônia
O córrego Velha Antônia, também contribuinte do rio Itaúnas, cruza áreas de silvicultura de eucalipto e propriedades rurais a sul da Vila de Itaúnas. Forma uma extensa planície inundável antes de desaguar no rio Itaúnas. Nesse córrego foi registrada a “localidade tipo” do peixe-anual-de-Itaúnas (Xenurolebias myersi), única espécie da fauna local endêmica de Itaúnas.
Riacho Doce
O Riacho Doce, no extremo norte do PEI, demarca a divisa entre os Estados do Espírito Santo e Bahia. Apresenta uma bacia hidrográfica com área de 155 Km², desaguando na praia do Riacho Doce. Sua foz permanece parte do ano fechada pela faixa de areia costeira, abrindo-se para o mar quando há aumento de seu nível d’água conciliado com as grandes marés.